Banda brasileira de rock com traços de punk que foi formada em Brasília, no auge da chamada Turma da Colina, que juntou diversos jovens que mais tarde se tornaram famosos dentro do rock nacional. Os temas apontam para incertezas políticas desde o começo dos anos oitenta do século XX, quando o conjunto foi formado, momento em que o Brasil estava no início do processo de redemocratização pós-ditadura.
Algumas faixas também trazem questões existenciais e comportamentais sobre as dificuldades da vida sofridas por seres humanos. Mesmo sem fazer nenhuma espécie de corte das letras a Plebe Rude vendeu aproximadas quinhentas mil cópias dos seis discos, tocaram no rádio e se apresentaram na TV. No sentido de relembrar os anos da carreira a banda lançou ou DVD “Rachando Concreto: Ao Vivo em Brasília”, no ano de 2011.
Nascimento Da Plebe Rude
Gutje, André X e Jander Bilaphra foram os músicos que iniciaram a primeira formação da banda em 1981. A banda conquistou o público jovem em consequência do conteúdo crítico, poucas vezes vistos em qualquer espécie de gênero musical brasileiro. O estilo singular refletia a rebeldia punk, com alta crítica e pouca preocupação com a formação dos acordes e arranjos dos conjuntos de melodias. Por este motivo a banda é considerada por parte da crítica como mistura entre punk rock, punk inglês e new wave.
Prisão Da Plebe Rude
Em termos gerais representa uma das bandas de rock nacionais mais importantes do Distrito Federal. No dia 05 de setembro de 1982, Plebe Rude e Legião Urbana dividiram o palco em festival de rock realizado na cidade de Patos, Minas Gerais. Renato Russo que acabara de sair do Aborto Elétrico estava com a banda nova que abriu o esperado show da Plebe Rude.
Depois das apresentações foram presos por tocarem a música “Voto em Branco”. A Legião Urbana entrou junto no camburão por causa da “Música Urbana 02”. No entanto a coletividade musical foi solta após todos alegarem que eram de Brasília. A polícia temeu que fossem filhos de políticos!
Plebe Rude X Herbert Viana
Por onde passava a banda Plebe Rude chamava a atenção de maneira positiva ou negativa. Estavam presentes em casas de shows importantes do Rio de Janeiro e São Paulo, presenta garantida no conhecido Circo Voador. Em um dos shows aconteceu o lendário encontro entra a banda e Herbert Viana, que foi homenageado na música “Minha Renda”, do primeiro álbum da Plebe de Rude: “Já sei o que fazer para ganha muita grana, vou mudar meu nome para Herbert Vianna”, diz a estrofe.
No início da noite o clima estava quente no Circo Voador. No entanto, o vocalista dos Paralamas do Sucesso entendeu o sarcasmo inteligente da banda. A partir daquele momento Herbert foi um dos músicos que participaram de maneira direta a ajudar a propagação da Plebe Rude em níveis nacionais.
No ano de 2003 Jander Bilaphra e Gutje deixam de integrar a Plebe Rude. A banda voltou com Clemente, integrante também dos Inocentes e Txotxa, que havia tocada com o Maskavo Roots por alguns anos. Na primeira década do século XX a banda se demonstrou ser madura que continua escolhida para participar de diversos festivais de rock nacional. Em 2006 saiu o álbum independente, lançado pela Revista Outra Coisa, do roqueiro Lobão. “R ao Contrário”, “O que se Faz” e “Voto em Branco” são destaques do trabalho, a última música tocada em conjunto com a Legião Urbana no show de Patos em Minas Gerais, ano de 1982.
No ano de 2009 foi gravado o primeiro DVD da história da banda “Rachando o Concreto – 30 anos Ao Vivo”. A Plebe Rude continua fazendo músicas com alto crítico nas composições das letras, primando sempre para a atitude. Concorreu ao Grammy de Melhor Álbum do Rock Brasileiro. Com o novo sucesso conquistado o conjunto assinou contrato com gravador Coqueiro Verde, em 2010, mesmo ano de gravação da música “The Wake”, que foi destaque no filme “Federal”. O baterista Txotxa deixou o grupo em 2011 para tocar com o Natiruts. Marcelo Capucci assumiu a sua posição na Plebe Rude.
Formação Atual
- Philippe SEABRA: Guitarra e voz;
- Clemente: Guitarra e voz;
- André X: Baixo
- Marcelo Capucci: Bateria
Ex-integrantes
- Gutje
- Jander Bilaphra
- Txotxa
Discografia Da Plebe Rude
1985: O Concreto Já Rachou (EMI)
1987: Nunca Fomos Tão Brasileiros (EMI)
1988: Plebe Rude III (EMI)
1993: Mais Raiva Do Que Medo (Natasha Records/Sony Music)
1997: Portfólio (EMI) – Caixa
1998: Preferência Nacional (EMI)
2000: Enquanto a Trégua Não Vem (EMI)
2002: Identidade (EMI)
2003: 2em1 (O Concreto Já Rachou e Nunca Fomos Tão Brasileiros juntos no mesmo CD) (EMI)
2001: Para Sempre (EMI)
2006: R ao Contrário (Independente / Outra Coisa)
2011: Rachando Concreto: Ao Vivo em Brasília (Coqueiro Verde)
Turma Da Colina
A Plebe Rude foi outras das bandas formadas da Turma da Colina. Nos anos oitenta a polícia movia as universidades no sentido de bater em estudantes e professores contrários às ordenados ditadores. A censura estava com os olhos abertos e proibia de maneira constante a circulação das músicas em execuções públicas. A imprensa também percorria com críticas pesadas contra os rebeldes músicos de Brasília. Parte dos jovens medidos como “pequenos burgueses” também entravam em conflito com a turma de punks.
A Turma da Colina refere-se ao termo usado para designar grupos de jovens que estavam reunidos entre 1970 e 1980 na Colina, locais nos quais estavam os dormitórios de prédios habitacionais situados na Universidade Federal de Brasília. Bandas como Plebe Rude, Aborto Elétrico, XXX, Capital Inicial e Legião Urbana são inspirações diretas das épocas de contestações da época no local.
Não de pode ignorar o fato de que o punk nacional foi demonstrado de maneira literal no grupo de estudantes e roqueiros da Colina do Planalto Central. No ano de 1978 o filho do embaixador da África do Sul, André Fredrik Pretorius, chegou para adicionar bagagem cultural e política ao grupo que vivia se escondendo para utilizar drogas e tocar músicas de contestação contra a situação política do país. Na bagagem Pretorius trouxe diversos discos de punk da Europa que se tornaram referência entre os músicos jovens e rebeldes pertencentes a Turma da Colina.
Artigo escrito por Renato Duarte Plantier