A brasileira Elizabeth Santos Leal de Carvalho mais conhecida por Beth Carvalho é compositora e cantora de samba nasceu no dia cinco do mês de maio do ano de 1946 no Rio de Janeiro. É considerada um ícone no samba, afinal ajudou a encontrar talentos como: Fundo de Quintal, Luiz Carlos da Vila, Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão entre outros.
No inicio de sua carreira participava de inúmeros festivais e no ano de 1965 gravou seu primeiro compacto e com a música Por quem Morreu de Amor começou a mostrar que era talentosa. No ano de 1966 passou a cantor samba e fez parte do show intitulado A Hora e a Vez do Samba juntamente com Noca da Portela e Nelson Sargento. Quando chegou o ano de 1973 passou a gravar um disco por ano e conquistou fãs em todo o País se tornando uma cantora de sucesso.
Beth Carvalho, como era mais conhecida, se chamava Elizabeth Santos Leal de Carvalho. Ela nasceu no dia 05 de maio de 46, na cidade do Rio de Janeiro, e faleceu no dia 30 de abril de 2019. Foi uma sambista, cantora e compositora. Uma grande intérprete do samba, fazendo muito sucesso nos anos 70. Ela, inclusive, ajudou na descoberta de grandes nomes como por exemplo: Jorge Aragão, Almir Guineto, Luiz Carlos da Vila, Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz.
Família, Infância e Início da Carreira
Filha do casal João Francisco Leal de Carvalho e Maria Nair Santos. Tinha apenas uma irmã, que se chamava Vânia Santos Leal de Carvalho. A decisão de virar uma artista veio quando sua mãe lhe deu um violão de presente. Com apenas oito anos de idade, já ouvia músicas de Aracy de Almeida, Silvio Caldas e Elizeth Cardos. Ressú, a avó, tocava violão e bandolim. A mãe, piano clássico, e Vânia, sua irmã, era cantora de samba e gravou alguns discos.
Praticou balé durante a infância e, quando adolescente, foi estudar violão em uma escola de música. Rumo a esse caminho, virou professora e começou a ensinar música nas escolas. Surgiu como cantora nos anos 60, influenciada pelo samba e pela bossa nova. Começou a cantar e a compor. Por ter uma ideologia esquerdista, o pai de Beth foi perseguido pelos Militaristas.
Durante a ditadura, sua família passou por várias dificuldades. Para superá-las, Beth retornou com as aulas de violão, dava aulas de violão para 40 alunos. Como teve uma boa formação política, graças aos seus pais, foi uma pessoa muito envolvida com atos políticos, sociais, culturais, tanto do Brasil, quanto de outros povos também.
Casou–se no ano de 1979, com Édson Cegonha, jogador de futebol, descoberto pelo time do Bonsucesso (RJ), atuou pelo Corinthians, Palmeiras e São Paulo.
Luana Carvalho, sua única filha, nasceu no dia 22 de fevereiro de 81, e seguiu os passos da mãe, virou cantora e atriz. Beth se separou do esposo alguns anos depois do nascimento de Luana sua filha.
No começo de 1968, Beth Carvalho envolveu-se no Musicanossa, movimento organizado por Hugo Bellarde e Armando Schiavo. Os shows eram feitos no Teatro Santa Rosa, onde aproveitou a oportunidade para gravar a música “O Som e o Tempo”, no LP do movimento Musicanossa.
No ano de 1965, ela gravou o 1º disco compacto simples, contendo a canção “Por Quem Morreu de Amor”, escrita por Ronaldo Bôscoli e Roberto Menescal. Em 1966, a cantora já estava completamente envolvida com o samba. Foi então que ela participou, ao lado de Noca da Portela e Nelson Sargento, do show intitulado “A Hora e a Vez do Samba”.
Naquela época, aconteciam muitos festivais, e a cantora participou da grande maioria. Dentre eles estavam: Brasil Canta no Rio, Festival Universitário, Festival Internacional da Canção, e vários outros.
Ficou em 3º lugar no Festival Internacional da Canção, com a música Andança, quando se tornou conhecida no Brasil inteiro, e que foi escrita por Danilo Caymmi, Paulinho Tapajós e por Edmundo Souto.
No ano de 1969, lançou seu primeiro LP, com o mesmo nome de seu primeiro sucesso, a música Andança. De 1973 em diante, virou grande sucesso em vendas, lançando um LP a cada ano. Emplacou muitas canções de sucesso como, por exemplo: Mas Quem Disse Que Eu te Esqueço, Olho por Olho, Firme e Forte, Vou Festejar, 1.800 Colinas, Saco de Feijão, Acreditar, Coisinha do Pai.
Sempre presente nos pagodes, sendo que em um deles, Cacique de Ramos, bloco carnavalesco, Beth revelou vários cantores como Zeca Pagodinho, Sombra, Almir Guineto, Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Luiz Carlos da Silva, Fundo de Quintal, Bezerra da Silva, Sombrinha e vários outros.
Beth Carvalho recebeu o apelido de “Madrinha do Samba” devido à essa sua característica. Mais do que revelações, ela deu um ritmo novo ao samba, introduzindo em seus discos e shows alguns instrumentos como tantã, o repique de mão, o banjo e o cavaquinho, que até naquela época só eram usados com exclusividade nos pagodes.
Daí em diante, esse novo som se espalhou por todo o Brasil e Beth ficou conhecida como “Madrinha do Pagode”. Sambista com muita popularidade e prestigio no país, é Considerada como a “Diva dos terreiros”.
Foram dois DVDs, trinta e um discos, e diversas apresentações em várias cidades do mundo: Berlim, Atenas, Boston, Espinho, Angola , Buenos Aires, Lisboa, Luanda, Frankfurt, Lobito, Munique, Johannesburgo, Miami, Montreux, Madri, Montevidéu, Milão, Newark, Nice, Padova, Paris, New Jersey, Toulouse, Punta del Este, Nova York, Viena, São Francisco, Zurique, Soweto e Varadero (Cuba).
Mesmo não fazendo nenhum show no Japão, vendeu vários CDs no país. Beth ganhou 17 LPs de ouro, 6 Prêmios Sharp, 9 discos de platina, um DVD platina, vários troféus, e inúmeras premiações.
Com o enredo de “Beth Carvalho, a enamorada do samba”, a Escola de Samba Unidos do Cabuçu foi vencedora, em 1984, e ainda passou para o Grupo Especial. Naquele ano o Sambódromo tinha sido inaugurado. Cabuçu e Beth Carvalho ficaram sendo as primeiras a ganharem no Sambódromo o título de campeãs.
Para a cantora, essa era a maior de todas as homenagens que um artista poderia receber. Beth Carvalho sempre dizia: “Não existe no mundo, nada mais emocionante do que ser enredo de uma escola de samba. É a maior consagração que um artista pode ter”.
E, novamente no ano de 1985, a cantora foi enredo de outra escola de samba. Dessa vez, da Boêmios de Inhaúna. Gravou o “Pagode de Mesa” em seu 25º LP, durante uma apresentação na Universal Music. Mesmo com um coração Mangueirense, Beth Carvalho recebeu homenagem da Velha Guarda da Portela. Com “Pagode de Mesa 2”, seu 26º disco disputou o Grammy Latino, em que concorria na categoria de “Melhor Disco de Samba”.
No ano de 2004, Beth lançou o DVD Beth Carvalho – A Madrinha do Samba, o primeiro de sua carreira que lhe rendeu um disco de platina. Lançado junto com o DVD, o CD, foi apontado para o Grammy Latino 2005 na categoria de “Melhor Álbum de Samba”, e ganhou o disco de ouro.
No ano de 2005, Beth sai em uma turnê em outros países, turnê essa que terminou em grande estilo, no palco do Festival de Montreux, exatos 18 anos depois de seu primeiro show na Suíça. A turnê foi um sucesso: com números acima de dez mil espectadores no show na França, sucesso de público em São Francisco, no teatro Herbst Theatre, e ingressos esgotados na cidade de Los Angeles.
No mês de dezembro de 2005, Beth Carvalho fez um show no Theatro Mnicipal do RJ, em comemoração ao dia Nacional do Samba e aos quarenta anos de sua carreira. O show inesquecível, que juntou os maiores nomes do samba daquela época, como Monarco, Zeca Pagodinho, Dona Ivone Lara, Nelson Sargento, Dudu Nobre e mais alguns, foi gravado em DVD e CD e lançado no final do ano de 2006, estreando o “Andanças”, o próprio selo da cantora.
Lançou em 2007, o CD e DVD “Beth Carvalho Canta o Samba da Bahia “, com letras de compositores da Bahia de diversas gerações. A Conspiração Filmes foi quem gravou o DVD no mês de agosto do ano de 2006, na cidade de Salvador, no Teatro Castro Alves.
Foram convidados, entre outros, Maria Betânia, Margareth Meneses, Gilberto Gil, Danilo Caymmi, Ivete Sangalo, Carlinhos Brown, Caetano Veloso, Olodum, Daniela Mercury, Riachão, e vários outros. No DVD, contém um documentário histórico a respeito do Samba da Bahia. Beth Carvalho foi homenageada, em 2013, pela Acadêmicos do Tatuapé, que usou o enredo “Beth Carvalho, a Madrinha do Samba “.
No início do ano de 2014, Beth lançou um DVD, que continha antigos sucessos da mesma época do Bloco Cacique de Ramos, e também novos sucessos, que faziam parte do CD intitulado “Nosso Samba Tá Na Rua”, tendo Lu Carvalho, sua sobrinha, e Zeca Pagodinho como participações mais que especiais. E teve exposição a respeito de sua carreira e sua vida no Imperator – Centro Cultural João Nogueira.
Com dezenove anos de idade, a cantora participou do III Festival Internacional da Canção, no ano de 1968, e ficou em 3º lugar cantando a música Andança. No ano de 1971, ela cantava na Unidos de São Carlos, hoje com o nome de GRES Estácio de Sá.
Pouco tempo depois, se apaixonou pela Estação Primeira de Mangueira, para onde foi e se dedicou completamente a escola de Samba verde/rosa (cores da escola). Foi desfilando e cantando animada, que conheceu Jorge Aragão, no bloco Cacique de Ramos.
Foi Jorge Aragão quem deu a música “Vou Festejar” para Beth Carvalho gravar no ano de 1977, música de Dida, Jorge Aragão e Neoci.
Considerada uma das maiores cantoras da Música Popular Brasileira, teve vários sucessos e participou de inúmeros movimentos, apoiando a cultura e a música brasileira. Realizou grandes turnês em países como São Francisco, Montreux, Madri, Lisboa, Paris, Atenas, Miami e Berlim. Durante sua carreira, fez descobertas de muitos talentos, como já dissemos.
Beth Carvalho se Envolve em Polêmica
Em 2007, sofreu uma injustiça por parte dos diretores da Mangueira, escola de Samba onde Desfilava. Devido a complicações na coluna, solicitou um carro alegórico para que pudesse desfilar, e teve o pedido atendido. Porém, no dia em que ia acontecer o desfile, ela foi proibida de desfilar no carro pelo então membro da escola, Raimundo de Castro, que alegou o fato de ela não ser baluarte.
Fato que gerou um desapontamento de Beth com a diretoria da escola de Samba, pois um ano antes ela tinha desfilado nesse mesmo carro, com a autorização do presidente da Mangueira na época, Alvinho.
Desde o acontecimento, ela ficou afastada da escola. Em 2008, no carnaval, Beth participa de uma homenagem a Cartola, mas não foi na Mangueira. Ela desfilou na Viradouro. Beth disse que “jamais deixaria de ser mangueirense, e que estará sempre com o seu coração na verde e rosa.”
No entanto, deixou bem claro que “jamais voltará a pisar na quadra da escola enquanto não receber um pedido formal de desculpas por parte do presidente”, que seria o Perci, ou Percival Pires. Mais tarde ele renunciou ao seu cargo, devido a denúncias de que estaria envolvido no tráfico de entorpecentes.
Mesmo com a saída de Percival, as coisas não mudaram porque Chininha, vice-presidente, que ocupou a vaga, era do mesmo grupo político daqueles que tiveram problemas com a cantora. Com isso, o retorno de Beth Carvalho à escola continuou bem difícil, e só seria possível se fosse eleita uma nova direção ou se o pedido de desculpas fosse feito, o que não demorou muito pra acontecer.
Assim que terminou, o carnaval do ano 2009, Ivo Meireles, agora presidente da escola, pediu desculpas a Beth em sua casa, em frete à imprensa, e anunciou que ela iria fazer uma homenagem a Nelson Cavaquinho em 2011. Enfim, depois de longos quatro anos longe, ela retorna à Mangueira.
Beth desfilou numa cadeira de rodas, por causa de uma cirurgia. Ela saiu num carro alegórico que fazia homenagem a Cartola, Nelson Cavaquinho, Dona Zica e Guilherme de Brito.
Problemas de Saúde
No ano de 2012, desfilou com a Comissão de Frente da Mangueira, selando assim a paz com a escola. A partir de 2010, começou a lutar com uma fissura no sacro, osso que fica embaixo da coluna vertebral. Por causa disso, ela começou a fazer as apresentações deitada numa cama. Este problema foi causado pela artrose no fêmur, que a fazia mancar quando andava, e que ocasionou a fissura.
Mesmo assim, ela permaneceu otimista quanto à recuperação e contente por ter o apoio dos amigos e da família. No fim de 2010, voltou a se apresentar, mas depois de se recuperar, teve algumas complicações, passando mais de um ano no hospital. Nos últimos dias de internação, foi acometida por infecção pulmonar, por causa de um cateter infeccionado, o que a levou para a UTI.
Ela se recuperou bem. Em agosto de 2013 teve alta. Para comemorar o retorno, no dia 7 de setembro, fez show no Vivo Rio. Beth morreu aos 72 anos, no dia 30 de abril de 2019. Ela teve infecção generalizada. O seu falecimento repercutiu no país inteiro.
Trabalhos
Confira abaixo alguns dos muitos trabalhados dessa que foi uma das maiores intérpretes do samba do país ao longo de sua carreira:
1 – Álbuns gravados em estúdio
- Porque Morrer de Amor? (1965)
- Muito na Onda (1966)
- Andança (1969)
- Beth Carvalho: Especial (1971)
- Amor, amor (1971)
- Canto Para Um Novo Dia (1973)
- Pra Seu Governo (1974)
- Pandeiro e Viola (1975)
- Mundo Melhor (1976)
- Nos Botequins da Vida (1977)
- De Pé No Chão (1978)
- No Pagode (1979)
- Sentimento Brasileiro (1980)
- Na Fonte (1981)
- Traço de União (1982)
- Suor no Rosto (1983)
- Coração Feliz (1984)
- Das Bênçãos Que Virão Com os Nossos Amanhãs (1985)
- Beth (1986)
- Beth Carvalho Ao Vivo em Montreux (1987)
- Toque de Malícia (1988)
- Alma do Brasil (1988)
- Saudades da Guanabara (1989)
- Intérprete (1991)
- Brasileira da Gema (1996)
- Pagode da Mesa – Ao Vivo (1999)
- Beth Carvalho ao Vivo no Olímpia (1991)
- Pérolas – 25 Anos de Samba (1992)
- Beth Carvalho Canta o Samba de São Paulo (1993)
- Beth Carvalho Canta o Samba de São Paulo – Volume II (1994)
- Meus Momentos (1996)
- Pérolas do Pagode (1998)
- Pagode da Mesa 2 – Ao Vivo (2000)
- Os Melhores do Ano – Volume II (2000)
- Beth Carvalho – A Madrinha do Samba ao Vivo Convida (2004)
- Beth Carvalho Canta Cartola (2003)
- Beth Carvalho e Amigos (2005)
- Nome Sagrado – Beth Carvalho Canta Nelson Cavaquinho (2001)
- Nosso Samba Tá na Rua (2011)
Composições e Parcerias de Beth Carvalho
- Compôs “A Velha Porta”, com Paulinho Tapajós e Edmundo Souto.
- Outra composição da cantora foi “Afina o meu violão”, também com Paulinho Tapajós e Edmundo Souto.
- Junto com Paulinho Tapajós, a cantora compôs “Canção de Esperar Neném”.
- “Joatinga” é outra das suas composições os seus dois parceiros Paulinho Tapajós e Edmundo Souto
- E “Sereia”, em uma adaptação baseada no folclore baiano.
DVD’s
Beth Carvalho – A Madrinha do Samba ao Vivo Convida (2004)
- Beth Carvalho – 40 Anos de Carreira ao Vivo no Theatro Municipal (2006)
- Beth Carvalho Canta o Samba da Bahia (2008)
- Beth Carvalho – ao Vivo no Parque Madureira (2014)
Espetáculos ao Longo da Carreira
- III Festival Internacional da Canção – RJ (1968)
- Olimpíada da Canção – Grécia (1969)
- IV Festival Internacional da Canção – RJ (1969)
- Show Beth Carvalho – RJ (1979)
- Beth Carvalho ao vivo em Montreux (1987)
- Show de Beth Carvalho – SP (1991)
- Pagode de Mesa – RJ (1999)
- Esquina Carioca com Moacyr Luz, Nelson Sargento, Walter Alfaiate, Dona Ivone Lara e Luiz Carlos da Vila – SP (1999)
- Show de Jorge Aragão, em que participou como convidada – RJ (2000)
- Beth Carvalho e a bateria da Mangueira – RJ (2000)
- Pagode de Mesa II- SP (2000)
- Nome sagrado – Teatro Rival – RJ (2001)
- Fez uma participação especial com Ademilde Fonseca em um espetáculo denominado “Alma Feminina”, no Teatro Rival. Um espetáculo de Eliane Faria (2003)
- Beth Carvalho e o grupo A Fina Flor do Samba – RJ (2003)
- Riação convida Beth Carvalho – Centro Cultural Banco do Brasil – DF (2004)
- Beth Carvalho e convidados: Luiz Carlos da Vila, Dudu Nobre, Zeca Pagodinho, Vó Maria, Almir Nobre, Jongo da Serrinha, Almir Guineto e Dona Ivone Lara – RJ (2005)
- Beth Carvalho canta Vou Festejar – no Mineirão para torcedores do Atlético Mineiro – MG (2006)
- Beth Carvalho, no Teatro Municipal do RJ (2006)
- Beth Carvalho, no Teatro do SESI – No Projeto Samba no Teatro – RS (2006)
- Beth Carvalho 60 anos – no Canecão – RJ (2006)
- Beth Carvalho canta samba da Bahia no Teatro Castro Alves – BA (2006)
- Beth Carvalho canta samba da Bahia no Canecão – RJ (2007)