Os críticos, os jornalistas e até mesmo o público de uma forma geral, costumam a separar os cantores e bandas em nichos musicais. Alguns termos são mais simples, outros mais complexos, uns bem específicos e aqueles que parecem que cabe todo mundo. Então, em território brasileiro funciona assim, primeiro determina o estilo da música, depois a classe social que ela vai agradar, onde será consumida para em seguida, determinar a que “grupo” ela faz parte. Algumas terminologias são históricas como dizer que um cantor faz parte da MPB, Música Popular Brasileira.
Você pega dois exemplos bem recente de cantores que estão fazendo sucesso no Brasil, Paula Fernandes e Michel Teló. Eles podem ser MPB, mas ao mesmo tempo pop, porque fazem parte daquelas músicas que não param de tocar na rádio. O que significa que são populares e acabam ganhando mundo afora, como aconteceu com Michel Teló.
Se para se enquadrar em cantor de música pop é fácil o mesmo não podemos dizer da MPB, que tem um “círculo” mais fechado e elitizado. Estar entre os cantores de Música Popular Brasileira significa ser de ótima qualidade.
http://www.youtube.com/watch?v=jCVZpxRqG8w&list=PL78015D0465A3092BComo a Televisão Ajuda a Definir o Que é Pop, Rock, MPB e Outros Estilos
Tudo se confunde um pouco, mas a MPB, por exemplo, tem ano que começou a ser designada com esse nome, estamos falando de 1965 e isso aconteceu graças ao primeiro festival de música. Na verdade, fazer parte do grupo de cantores e bandas de Música Popular Brasileira, naquela época, era simplesmente ter sido um dos participantes do Festival Nacional da Música Popular Brasileira. Desse palco eles passaram a fazer parte de programas da Rede Record e é neste ponto que entra a influencia da televisão em repetir essas apresentações e nomeá-las. Roberto Carlos, na época era da Jovem Guarda, mas como as coisas são hoje seria colocado no grupo de música pop.
Outro papel importante da televisão na música no Brasil foi torná-la popular. Quando os programas com a apresentação de cantores e bandas começaram a passar na televisão, as novelas deixaram de ser os programas mais assistidos. Na verdade, a popularidade dos festivais de música daquela época foi possível graças a televisão.
Hoje em dia o cenário mudou, as apresentações em programas de televisão diminuíram e fazem parte de uma grande estratégia de marketing das gravadoras. As músicas são bem mais populares, mas bem menos MPB. Existe um movimento musical novo que está para estourar, segundo os analistas.
Já o pop no Brasil foi introduzido pelo movimento tropicalista. Eles pegaram a cultura popular do Brasil e fizeram dela músicas contemporâneas e jovens. Esse estilo de música é aquele que melhor funciona falando em termos comerciais. Não demora muito para que o artista caia no gosto popular e alcance a grande massa de consumidores.
A verdade é que se MPB ou não, todo artista que ser popular, não tem a ver com o estilo que escolheu ou foi enquadrado.
O Termo Popular e a Música Pop No Brasil
O termo pop é nada mais que a abreviação da palavra popular que foi inventado por Andy Warhol. Esse termo, disse o seu inventor, tinha como objetivo diferenciar como era a relação da arte com a indústria do entretenimento. Ainda segundo alguns estudiosos, foram os Beatles a criar um “suporte” no universo da música, o que teria dado, por exemplo, espaço para criar no Brasil a Música Pop Brasileira.
Independente do estilo, no Brasil tem espaço para os mais diversos artistas e o que se observa é que muitos deles transitam de um para o outro ou mudam conforme passa o tempo. Com a internet também aconteceu algumas mudanças que valem ser observadas, a forma como a música passa a ser popular e essa possibilidade de ter contato com “artistas” do mundo todo.
O Preconceito No Mundo Da Música Pop
Alguns críticos sustentam que existe um certo preconceito com a música pop. Plínio Profeta, por exemplo, produtor do disco de Lenine, “Falange Canibal”, lançado em 2001, afirma que falar em pop no Brasil é ignorar alguns “gêneros populares”.
Para Plínio tudo é bem mais simples, porque pop é sinônimo de uma música que foi feita para as massas e que no Brasil, deve acima de tudo, conquistar boa parte do público em São Paulo e no Rio de Janeiro. A população dessas duas cidades são consideradas a “elite cultural do país”. Mas, segundo ele, quando se fala em pop a ideia é esconder um pouco os outros inúmeros gêneros que existem, para não falar que é axé, funk carioca, tecnobrega ou sertanejo.
E por incrível que possa parecer a questão da classe social tem grande relevância no assunto música pop. A elite gosta de fazer bem a distinção, que há 30 anos atrás não existia, de pop e popular. O que para um grupo de produtores musicais não existe, porque qualquer música que cai no gosto da massa é pop e não importa se agrada a elite ou não.
Eles observam que nos anos de 1980, os cantores que faziam sucesso além de bonitos eram de família rica, como Lulu Santos e o grupo Kid Abelha, por isso, podia chamá-los de pop. Eram populares e faziam sucesso com a massa.
A grande vantagem, ressalta alguns produtores musicais, é que apesar de ser um pouco difícil e nebuloso definir que estilo de música tem esse ou aquele artista no Brasil, a qualidade de cada um deles é excelente. Se quisermos dar um exemplo de um artista popular e pop ao mesmo tempo, podemos falar de Michel Teló do Paraná. Porém, não quer dizer que fazer essa nomenclatura e definição tenha se tornado tão simples assim.
O que os produtores, como Plínio Profeta fazem questão de diferenciar, é que nem sempre aquilo que é popular pode ser considerado pop, é de fato algo de qualidade. Um canto pode se tornar popular sem ter qualidade, basta cair no gosto da grande massa, em alguns casos, hoje em dia, isso é bem fácil graças a todo o trabalho de marketing que se esconde atrás de muitos artistas considerados os melhores do momento.