O sertanejo com certeza é um dos estilos musicais com mais admiradores no Brasil, com o grande números de cantores desse estilo, há uma variedade escolhas, mas todos mantendo o ritmo e também o estilo vocal bastante parecido. Mas o sucesso sertanejo não foi sempre o mesmo que conhecemos hoje, anos atrás uma outra modalidade desse estilo era que dominava o cenário musical do país. Independente de qual dos estilos de sertanejo estamos falando, sabe-se que ele provavelmente o mais popular no Brasil, ou ao menos nos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e também em Tocantins. Pode-se classificar o estilo sertanejo em três fases, que se seguiram ao longo dos anos na música brasileira, sendo elas “Sertanejo Raiz” (ou também moda de viola, modão, música caipira); o “Sertanejo Romântico” e o atualmente mais popular o “Sertanejo Universitário”, porém alguns críticos, especialistas musicais, e até mesmo alguns cantores, dizem que esses estilos não são parecidos, classificando eles em modelos musicais separados.
Qualquer admirador, cantor ou simpatizante do sertanejo sabe o que não se pode faltar em uma música desse ritmo, o violão. Esse instrumento que muito se assemelha a viola, usada pelos povos rurais e caipiras em suas músicas, se tornou basicamente o símbolo sertanejo da atualidade, com ele pode-se tocar desde o ritmo sertanejo raiz, passando pelo sertanejo romântico e também o sertanejo universitário. O violão é um instrumento de fácil aprendizado, e consegue se adaptar facilmente a muitos estilos musicais, com isso, ele ganhou tanta força nesse meio. O violão derivou da viola em nossa país, mesmo que seja possível notar a diferença entre os dois.
O sertanejo Raiz é o estilo que mais irá se assemelhar a música caipira cantada pelos povos do interior do país. A primeira música gravada que ficou conhecida como sendo sertanejo foi no ano de mil novecentos e vinte e nove, as letras cantadas nessa época, falando sobre o modo de vida das pessoas caipiras, a simplicidade que eles tinham, como ela se contrapunha aos homens moradores da cidade por exemplo. Pode-se dizer que esse é o estilo de música caipira que se tornou mais comercializável, sendo de certa forma “urbanizado”. Nesse ritmo os principais instrumentos utilizados eram o violão, a viola, o acordeão, a gaita, instrumentos artesanais e típicos do Brasil Colônia. A partir da popularização desse ritmo foram surgindo diversas duplas sertanejas, onde geralmente o cantor da primeira voz tinha um tom mais forte, e o de segunda voz mais suave, ambos cantando em tenor agudo, uma dupla de grande destaque no inicio da música sertaneja foi Alvarenga & Ranchinho, que começaram se apresentando em circos mas logo ganharam as ruas e os palcos do país. Talvez a maior dupla do sertanejo raiz do país tenha sido Tonico e Tinoco, grandes nomes da música brasileira que em todos os anos de sua carreira venderam mais de cinquenta milhões de discos, inclusive entrando em uma lista mundial de “maiores músicos recordistas de vendas da história mundial” (além deles somente Chitãozinho e Xororó entram nessa lista). Outras duplas de enorme sucesso são: Tião Carreiro e Pardinho, Irmãos Galvão, Milionário e José Rico, Pena Branca e Xavantinho, além de muitas outras. Mas a música sertaneja não foi somente dominada por duplas, nomes como Sérgio Reis, e Inezete Barroso são incluídos nessa lista, onde fizeram história com a música sertaneja. Apesar da música caipira ter estado em alta na década de vinte e trinta, ela ainda vive no coração dos brasileiros, muitas pessoas foram criadas ouvindo esses cantores, e continuam a adorá-los depois de muitos anos, e alguns cantores continuam fazendo o estilo de sertanejo raiz.
Com os anos a música sertaneja foi de certa forma se modernizando, houve a incorporação de novos instrumentos musicais, e com isso ela se modificou um pouco, mas não perdeu o seu carácter caipira. Cada cantor inovou de sua maneira, alguns incorporaram harpa e acordeão em suas músicas, começando a dar a elas um ritmo mais romântico e melódico. Surge então novas opções para os cantores, Tião Carreiro decidiu inovar encorporando um pouco de samba ao ritmo, Milionário e José Rico incorporaram nas suas músicas o violino e o trompete, mas foi com a dupla Léo Canhoto e Robertinho, que ao incorporarem a guitarra elétrica em suas músicas, no final dos anos sessenta, marcou-se uma nova era para o sertanejo, a era do Sertanejo Romântico. No início dos anos sessenta notou-se a mudança no estilo, alguns cantores do antigo sertanejo decidiram acompanhar a evolução, outros preferiam continuar com o seu ritmo já conhecido. Foi com a vinda dos anos oitenta que o sertanejo explodiu no país, é impossível para o brasileiro não conhecer ao menos uma dupla, ou música desse período. Foi no sertanejo romântico que surgiram os maiores nomes do sertanejo do Brasil, Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, Matogrosso & Mathias, João Mineiro e Marciano, Gian e Giovani, Rick & Renner, Bruno e Marrone, dentre muitos outros nomes. Os sucessos da época marcaram gerações, como “Sonhei com você”, “Entre tapas e beijos”, “Boate Azul”, “É o amor”, e “evidências”, “Fio de Cabelo”, “Mala amarela”, enfim os sucessos são tantos que é difícil apontar todos. A música sertaneja dessa época já não falava mais somente sobre a vida no campo, além da mudança instrumental, mudaram-se as letras, o foco ficou maior e mais variado, além das diversas músicas sobre amor e saudade que eram a maioria, haviam também outras temáticas envolvidas nas letras da música.
O cenário sertanejo ficou dominado por esse estilo de sertanejo até por volta dos anos dois mil, foi quando foi lançado uma nova geração de duplas, agora o chamado de “Sertanejo Universitário”, esse ritmo, mais animado e menos melancólico, logo ganhou o público e continua em alta até os dias atuais. O nome Universitário se da pelo fato da maioria dos cantores dessa geração serem jovens, aqui as letras são mais simples, geralmente piucas estrofes e o refrão mais repetitivo, músicas mais fáceis de serem vendidas para o público jovem. As duplas de destaque do começo do sertanejo universitário são Maria Cecília & Rodolfo, Guilherme & Santiago, Victor e Léo, César Menotti e Fabiano, fizeram mais sucesso até o ano de dois mil e dez mais ou menos, ao mesmo tempo surgiam nomes como Henrique e Juliano, Jorge e Matheus, Marcos e Belutti, João Neto e Frederico, Michel Teló, Gustavo Lima, e Luan Santana, o cenário também se abriu mais para as mulheres com Simone e Simaria, Marília Mendonça e Nayara Azevedo. Algumas duplas da década anterior continuam em alta, como Bruno e Marrone e Edson e Hudson. Com tantos nomes importantes no cenário musical do Brasil, consegue-se notar como é forte o movimento sertanejo no país.