Com todos os acontecimentos históricos que faziam parte do Brasil no ano de 1964, a conscientização popular de mudar aumentou consideravelmente, começando assim a surgir diversos protestos de todas as áreas que fossem ligadas á cultura. Com isto na música popular, os artistas sentiam uma necessidade de compor canções de cunho social e isso deveria culminar com os festivais que foram parte marcante de nossa história e a mais brilhante fase da música brasileira, desde o surgimento da bossa nova.
Cantores Dos Festivais Da MPB
O primeiro festival realizado aconteceu com a extinta TV Excelsior de São Paulo e aconteceu na cidade de Guarujá. Durante os meses de abril e maio, de 1965 foram feitos uma série de concursos eu teve como finalistas as músicas “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes, interpretada por Elis Regina (1º lugar): “Valsa do Amor Que Não Vem”, de Baden Powell e Vinícius de Moraes, interpretada por Eliseth Cardoso (2º lugar); “Eu Só Queria Ser”, de Vera Brasil e Míriam Ribeiro, interpretada por Claudete Soares (3º lugar); “Queixa”, de Sidney Miller, Zé Keti e Paulo Tiago, interpretada por Ciro Monteiro (4º lugar); “Rio do Meu Amor”, de Billy Blanco, interpretada por Wilson Simonal (5º lugar).
O Enorme Sucesso Seguiu Por Vários Anos
O enorme sucesso desse festival foi tanto, que daria uma margem para a realização de diversos outros, e o segundo aconteceu no ano seguinte no mês de junho, contando como finalistas “Porta-estandarte”, de Geraldo Vandré e Fernando Lona, interpretada por Tuca e Airto Moreira (1º lugar);”Inaê”, de Vera Brasil e Maricene Costa, interpretada por Nilson (2º lugar); “Chora Céu”, de Adilson Godói e Luís Roberto, interpretada por Cláudia (3º lugar); “Cidade Vazia”, de Baden Powell e Lula Freire, interpretada por Milton Nascimento (4º lugar); “Boa Palavra”, de Caetano Veloso, interpretada por Maria Odete (5º lugar). Ainda neste ano de 1966 durante os meses de outubro, foi realizado também um outro festival, porém desta vez pela TV Record, também na cidade de São Paulo, onde os finalistas foram “A Banda”, de Chico Buarque, interpretada por Chico Buarque e Nara Leão (1º lugar); “Disparada”, de Geraldo Vandré e Theo de Barros, interpretada por Jair Rodrigues, Trio Maraiá e Trio Novo (também em 1º lugar); “De Amor ou Paz”, de Luís Carlos Paraná e Adauto Santos, interpretada por Elza Soares (2º lugar); “Canção para Maria”, de Paulinho da Viola e Capinam, interpretada por Jair Rodrigues (3º lugar), “Canção de Não Cantar”, de Sérgio Bittencourt, interpretada por MPB-4 (4º lugar); “Ensaio Geral”, de Gilberto Gil, interpretada por Elis Regina (5º lugar).
Agora que você conhece um pouco sobre os festivais, conheça alguns dos cantores de maior sucesso desta época de ouro da música brasileira.
Elis Regina
Elis Regina natural de Porto Alegre, era bastante conhecida por sua presença de palco históricas, sua grande voz e personalidade faziam parte de seu ser. Ela é considerada por muitos críticos e outros cantores como a melhor cantora brasileira de todos os tempos, com seus sucessos eternos como Falso Brilhante e Transversal do Tempo. Após ganhar o festival da Música Brasileira em sua primeira edição, simplesmente decolou. A cantora era capaz de mostrar tudo o que era proposto inovando os musicais no país, sendo capaz de mostrar emoções bastante contrárias como a melancolia e a felicidade em uma mesma música e também mesma apresentação, quem pode conferir seus shows pode ver que realmente era algo impressionante.
Elis Regina
Elis, antes de mostrar seu trabalho no festival da música brasileira, já mostrava interesse em desenvolver seu talento com apresentações que fossem dramáticas, seu estilo era influenciado de forma bastante forte por cantoras famosas como Ângela Maria, a cantora após o grande sucesso e o título de vencedora era chamada de a primeira estrela da canção popular brasileira.
Na época enquanto que outras cantoras modernas como Maria Bethânia, iam se especializando e surgido juntamente com o teatro, ela deu grande preferência aos rádios e televisões. Morreu de uma forma ainda misteriosa, porém está imortalizada na música até hoje.
Elizete Cardoso
A cantora conhecida como “A Divina” é considerada até hoje como uma das maiores intérpretes de todos os tempos da música brasileira, e uma também das mais talentosas de todos os tempos sendo reverenciada pelo público e também pela crítica.
A cantora nasceu no Ceará no subúrbio de São Francisco Xavier e cantava em pequenos shows pelos bairros da Zona Norte carioca cobrando um ingresso que era de 10 tostões, das outras crianças para a ouvir cantar na época os grandes sucessos de Vicente Celestino. Seu pai seresteiro, tocava um violão e a sua mãe gostava de cantar.
Desde cedo tinha de trabalhar e foi balconista de fábricas de saponáceos e ainda cabeleireira, até que quando tinha apenas 16 anos seu talento foi descoberto. Sendo assim convidada para um teste na Rádio Guanabara pelo chorão Jacob Bandolin.
Apesar de inicialmente seu pai não ter aprovado se apresentou em 1936 pela primeira vez sendo contratada por um programa semanal de rádio. Já em Abril de 1965 conquistou o segundo lugar na estréia do I Festival de Música Popular Brasileira (TV Record) onde interpretaria a Valsa do Amor que não vem, composta por Baden Powell e Vinícius de Moraes. Servindo de influência para diversas cantoras que vieram depois como Maysa.
Chico Buarque
Certamente é outro grande expoente da música brasileira, sendo vencedor da terceira edição do festival, um dos maiores nomes da MPB. Com uma discografia que conta com mais de oitenta discos entre títulos solo e ainda parcerias com outros músicos e também compactos.
O cantor começou a sua carreira como escritor, quando escreveu o seu primeiro conto aos 18 anos, ganhando destaque como cantor somente a partir de 1966 quando lançou seu primeior álbum, chamado Chico Buarque de Hollanda acabou vencendo o Festival de Música Braileira com a música “A Banda”. Sendo fortemente socialista, se auto exilou na Itália em 1969 devido a repressão no Brasil que acontecida na época. Ao retornar nos anos 1970 se tornou um dos artistas mais ativos na crítica para a política e luta pela democratização do país.
