A Bahia é um berço da música brasileira, estilos e melodias estão por todo o lado. No ritmo do samba, na animação do axé, a boemia das ruas baianas se espalha por todo o Brasil. Na reunião dos músicos baianos pode ter de tudo: forró, reggae, samba de raiz, axé, MPB e até bossa nova. Resumindo, um caldeirão musical, que tem até mesmo uma pitada de religião.
E todo essa mistura baiana e os talentos da Bahia estão se espalhando pelo brasileiro inteiro, com seus ritmos, artista e estilos. E claro, algumas bandas ganham mais destaque que as outras.
Os Estilos Baianos que Fazem Mais Sucesso
1- Axé Music
Com certeza, o estilo axé music é o que faz mais sucesso na Bahia. É um ritmo contemporâneo que também é chamado de nova música baiana ou música axé. O ritmo é resultado de um mix de vários elementos musicais, que parecem ser bem diferentes, como reggae, rock, salsa e samba, mas que dá muito certo. É dessa forma que definem os criadores do estilo da música axé da Bahia.
Esse ritmo novo recebeu o nome em 1987, por Hagamenon Brito, um crítico de música e jornalista. Ele fez uma “mistura” de axé, nome usado para denominar as músicas baianas classificadas como bregas e acrescentou a palavra em inglês, music. Neste caso, pensando em abrir as portas para o novo estilo musical fora do Brasil.
E não demorou muito para que o ritmo crescesse, ganhasse novos fãs e entrasse de vez para a nova fase do carnaval baiano, entrando para o mercado de disco do Brasil. A música que foi o “abre-alas” do axé para o Brasil foi “Fricote e Nega do Cabelo Duro” ambas de 1985, na voz do cantor Luiz Caldas. As duas músicas caíram no gosto de brasileiros de todo o país. E abriu espaço para novos nomes, que se consolidaram no Brasil e também no exterior, como Daniela Mercury, Margarete Menezes, Chiclete com Banana, Ivete Sangalo, entre outros.
2- Forró
O forró nos remete imediatamente para o Nordeste, porque é uma dança popular daquela região. A sua música recebe o mesmo nome. E é um ritmo muito popular na Bahia. A música é feita basicamente com três instrumentos, que não faltam em nenhum grupo, são eles: triângulo, sanfona e zabumba.
As versões para o nome do ritmo nordestino é bem variada, mas aquela que tem maior credibilidade é a de Luiz Câmara Cascudo, folclorista e pesquisador da cultura popular. Ele diz que o nome foi inspirado na redução da palavra forrobodó, cujo o seu significado é arrasta-pé, farra ou confusão. O que tem tudo a ver porque a dança do forró tem essa característica de arrastar o pé. Ela é feita por casais que dançam “agarradinho” como dizem os nordestinos.
3- Samba
Quem pensou que samba não era a praia dos baianos por estar acostumado a ver o carnaval baiano dominado pela música axé está enganado. A história do samba tem toda uma passagem diretamente em como foi formada a cultura do povo baiano.
Estamos falando período colonial em que o samba ganhou instrumentos e palmas, como o triângulo, a cuíca, o violão, a viola e o pandeiro. E um dos lugares de destaque que o ritmo se desenvolveu foi no Recôncavo Baiano, para ser mais exato, nos engenhos de cana-de-açúcar. Para lá é que foram levados a grande parte dos escravos oriundos da Angola. E foi ali também que nasceu o samba de roda.
E foi em 1860 com o fim da Guerra dos Canudos e com a Abolição da Escravatura que os negros deixaram a Bahia para outro lugares do Brasil, principalmente, para o Rio de Janeiro. Eles estavam em busca de melhorar o nível de vida e procurando trabalho, e junto, na bagagem, o samba.
A grande maioria desses negros que deixaram o Brasil se transferiram para Rio e se instalaram em lugares da periferia como o Pedra Sala, o Morro da Conceição, Praça XI, Cidade Nova, Zona Portuária, Saúde e Praça Mauá. Além deles, as baianas descentes dos escravos e começaram a abrir negócios, como bares e restaurantes. Um comércio que era feito na própria casa. A fama no rio se espalhou e eles foram intitulados de Tias do Samba e Tias Baianas.
E na casa das Tias do Samba e Tias Baianas, o povo se reunir não só para comer e beber, mas também para cantar. Uma das tias mais famosas e que ficou conhecida porque sedimentou o samba no Rio foi a tia Ciata. Sua casa foi palco para criação de muitos composições, como por exemplo, “Pelo Telefone”, que foi gravada por Donga, Ernesto Joaquim Maria dos Santos.
4- Samba Reggae
Outro ritmo que tem força na Bahia nasceu naquela região na década de 80. Um estilo que mistura o reggae jamaicano com o samba tradicional. Ele entrou no carnaval baiano levado pelo maestro Neguinho do Samba. A base do samba reggae da Bahia é a percussão, que vem acompanhada de pandeiro, guitarra, viola eletrônica e atabaques. A viola eletrônica entra no lugar do tradicional cavaquinho.
Grandes percussionistas saíram da Bahia, um berço.
E a Bahia tem mais como a Fia Nova, que esteve presente entre os anos 60 e 70 com o ritmo influenciado pelo candomblé. Para muitas gerações uma referência de música baiana.
Ou ainda o Pintado de Bongô que serve de referência para muitos percussionistas contemporâneos.
O prego do Pelourinho influenciou muito o bloco Olodum e outro nome que merece destaque quando se fala de música baiana é Nelson Maleiro. Ele não só criou como valorizou os instrumentos de percussão.
Bandas Baianas de Sucesso
Conheça algumas bandas que mais se destacam na Bahia:
- Fulor do Cangaço – forró universitário
- Flor do Cangaço – forró
- Radiola – MPB
- Clube dos Patifes – Rock
- Grupomallandroz – Samba
- Djunks – Punk
- Samba Nobre – Pagode
- Samba 40 graus – Pagode
- Mil Verões – Axé
- Cativeiro – Reggae
- Fulô Caatingueira – Forró
- Banda Mollekes do Samba – Pagode
- Banda 7 – Reggae
- Banda Silva – Forró
- Desejo a mais – samba tradicional
- Banda Espelhart – Axé
- Selva Branca da Bahia – Axé