Gal Costa é um dos maiores nomes da música popular brasileira, sendo aclamada pelas suas músicas desde que começou a cantar até os dias atuais. Ela foi eleita como sendo a detentora da sétima maior voz da música brasileira pela grande revista Rolling Stones Brasil, no ano de dois mil e doze. Seu registro vocal é o chamado soprano.
Primeiros Anos De Vida
Gal Costa e a mãe Mariah
O nome completo de Gal Costa é Maria da Graça Penna Burgos, e ela nasceu no dia vinte e seis de setembro de mil novecentos e quarenta e cinco, em Salvador, na Bahia. Sua mãe é Maria Costa Penna, e seu pai é Arnaldo Burgos.
A sua mãe era uma admiradora assídua da música, principalmente da música clássica. Em sua gravidez, quando carregava Gal Costa no ventre, ela reservava no período da gestação algumas horas do seu dia onde passava escutando música clássica, e alimentando a audição do bebê. Ela acreditava piamente que isso iria fazer com que o filho que estava por vim, já nascesse com um gosto musical aguçado.
Durante toda a sua infância, ela foi muito amada e incentivada pela mãe, em contrapartida o pai era bem ausenta e não tinha uma relação boa com a filha, mas isso não afetou a sua infância, que teve uma mãe presente além da companhia de primos e também suas tias. Quando ela tinha quatorze anos seu pai veio a falecer.
Quando a menina estava com seus dez anos, mais ou menos no ano de mil novecentos e cinquenta e cinco, ela conheceu duas grandes amigas que levaria para a vida, sendo elas Sandra Gadelha, e Andreia Gadelha chamada carinhosamente de Dedé, no futuro elas viraram as esposas de Gilberto Gil e Caetano Veloso.
Início De Carreira
Morando numa ambiente em que estava eclodindo o ramo musical, um dos seus primeiros contatos com a música em que ela sentiu algo a mais, foi quando escutou “Chega de Saudade”, cantada por João Gilberto, sendo ele uma das suas grandes influências musicais. Ela também teve acesso a diferentes tipos musicais, já que trabalhava numa das maiores lojas de disco da sua cidade na época.
Sua amiga Dedé Gadelha a apresentou a Caetano Veloso, e a partir de então criaram uma amizade muito bonita que dura até os dias atuais. Foi ele que a ajudou a participar do espetáculo musical “Nós, Por Exemplo…”, que ocorreu no dia vinte e dois de agosto de mil novecentos e sessenta e quatro, número esse que ocorreu devido a inauguração do Teatro Vila Velha. No espetáculo cantou juntamente de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Tom Zé, Maria Bethânia e outros cantores.
Ainda em mil novecentos e sessenta e quatro, ela também se apresentou em outro espetáculo, esse chamado de “Nossa Bossa Velha, Velha Bossa Nova”, cantando novamente com os parceiros de “Nós, Por Exemplo…” e também no mesmo teatro.
Nossa Bossa Velha, Velha Bossa Nova
No ano seguinte decidiu mudar se para o Rio de Janeiro, pois lá era o grande polo musical e possuía mais chances de sucesso na carreira, tendo inclusive o exemplo de sua amiga Maria Bethânia, que havia ido a cidade, participando de um espetáculo e ganhado certa fama. Foi inclusive com Maria Bethânia que fez a sua primeira parceria para uma gravação em um disco, sendo que esteve acompanhando Maria Bethânia no seu disco de estreia em uma das músicas. Ela também esteve em gravação com Caetano Veloso e nas canções “Sim, foi você” de autoria de Caetano Veloso, e “Eu vim da Bahia” de autoria de Gilberto Gil. Todos esses trabalhos foram feitos pela gravadora RCA, que atualmente é a Sony BMG, na qual ela não permaneceu por muito tempo.
No ano de mil novecentos e sessenta e cinco conheceu João Gilberto pessoalmente. No ano seguinte ela participou do I Festival Internacional da Canção, onde cantou uma música de autoria de Torquato Neto juntamente de Gilberto Gil, mas esse festival não obteve muito sucesso.
Carreira Em Construção
Seu primeiro LP foi lançado no ano de mil novecentos e sessenta e sete que foi gravado juntamente de Caetano Veloso, intitulado “Domingo”, lançado pela gravadora Philips, que atualmente é a Universal Music. Ela ficou nessa gravadora até o ano de mil novecentos e oitenta e três. Nesse mesmo ano esteve se apresentando no III Festival de Música Popular Brasileira, onde apresentou uma canção solo, e outra em parceria com Sílvio César e Renato Teixeira.
No ano seguinte, em mil novecentos e sessenta e oito participou do disco “Tropicália ou Panis et Circencis “ juntamente de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Nara Leão, Tom Zé e Os Mutantes. Ela cantou quatro canções, sendo que a canção “Baby” que interpretou sozinha se tornou o seu primeiro grande sucesso. Nesse mesmo ano se apresentou no IV Festival da Record.
O seu primeiro disco solo foi lançado no ano de mil novecentos e sessenta e nova, chamado de ‘’Gal Costa’’, que trouxe alguns sucessos já aclamados de sua carreira como “Divino Maravilhoso” e “Baby”, além de outros como “Não identificado” e também “Que pena (ele já não gosta mais de mim)”. No mesmo ano lançou seu segundo disco solo, intitulado “Gal”, que foi um disco que trouxe muitos hits, e entrou para a história de sua carreira como um disco psicodélico, sendo marcado como um dos discos mais radicais da história de música, a partir desse disco originou um espetáculo chamado “Gal!”.
Gal Costa cultivou sempre em sua vida amizade com os cantores com quem se apresentava, em principal Caetano Veloso e Gilberto Gil. Em mil novecentos e setenta, quando eles se encontravam exilados no exterior, em Londres, devido a ditadura militar, ela viajou até o local para rever os amigos. Ao voltar de viagem, trouxe consigo algumas músicas que incluiu em seu próximo álbum, chamado “Legal”.
Em mil novecentos e setenta e um, lançou o compacto duplo ‘‘Fa-tal – Gal a todo vapor”, disco esse que é um marco em sua carreira e é considerado por muitos críticos como o mais importante da sua história, e contém grandes sucessos como “Você não entende nada” e “Pérola Negra”. Ele foi gravado ao vivo durante um show do mesmo nome.
Carreira Consolidada
No ano de mil novecentos e setenta e três gravou o seu disco de sucesso chamado ‘’Índia’’, que carrega uma música do mesmo nome e outros sucessos, com esse disco ela também criou um show com o mesmo nome. No mesmo ano gravou a consagrada “Trem das Onze”, juntamente de Adoniram Barbosa, durante o festival chamado Phono 73, o mesmo festival deu origem a mais três discos.
O ano de mil novecentos e setenta e quatro foi preenchido com o disco “Cantar” que teve direção de Caetano Veloso, que assim como os anteriores carregam grandes sucessos de sua carreira, como “Flor de maracujá”. Tal disco foi considerado diferente do estilo da cantora e dessa forma não foi exatamente bem recebido pelo público, que foi contra o ritmo mais lente apresentado.
No ano seguinte voltou a cair no gosto popular após gravar a canção “Modinha para Gabriela” para a Rede Globo colocar como abertura da sua novela “Gabriela”. Nesse ano também lançou um novo compacto. Gravou o “Gal Canta Caymmi”, pelo sucesso que teve em gravar a música para a novela que foi escrita por ele. O disco contém pérolas como “Dois de Fevereiro” e “São Salvador”.
Foi em mil novecentos e setenta e seis que participou do primeiro show do grupo “Doces Bárbaros”, grupo composto por ela, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Gilberto Gil. O sucesso do grupo é imenso, esse foi considerado um dos grupos mais importantes da música da década de setenta. Com o grupo lançou um disco e um filme do mesmo nome, sendo que o disco é uma das maiores obras primas da música. Mesmo anos após o grupo se desmanchar, ele é extremamente falado e reproduzido, sendo que foi protagonista de enredo de escola de samba, espetáculos, filme, DVD, e outros. Algumas das gravações do grupo são consideradas raras.
Seu próximo lançamento foi “Caras & Bocas”, que veio no ano de mil novecentos e setenta e sete, sendo que o título dele é o mesmo de uma musica que os seus amigos Caetano e Bethânia escreveram para ela. Saiu então com o show chamado “Com a Boca no Mundo”.
O primeiro disco de ouro da cantora veio com o lançamento de “Água Viva”, com diversos sucessos. Desse disco ela surgiu com o espetáculo chamado “Gal Tropical”, grande marco em sua carreira quando ela mudou a sua forma de se apresentar, mudando o estilo musical para algo mais mainstream. Desse show surgiu o disco homônimo, um de seus maiores sucessos, aclamado pela critica e pelo público.
Na explosão de sucesso musical que ocorreu desde os anos sessenta, as redes de televisão viram uma oportunidade de transmitir os festivais em que cantores novos e consagrados se apresentavam. Na década de oitenta participou de um especial de televisão muito marcante, o chamado “Mulher 80”, um programa totalmente em torno de mulheres e o papel da mulher na sociedade, aproximando do contexto musical, onde foram apresentadas grandes vozes femininas da musica brasileira.
“Aquarela do Brasil” veio no ano de mil novecentos e oitenta, onde trouxe em sua maioria composições de Ary Barbosa. No ano seguinte fez um show chamado “Fantasia”, que não obteve sucesso com a crítica ou o publico, porém, do show veio a seu próximo álbum, do mesmo nome, e esse um dos grandes sucessos de sua carreira, que trouxe hits como “Meu bem meu mal” e “Faltando um pedaço”. Após o sucesso do disco lançou um novo show, esse chamado “Festa do Interior”, e com grande sucesso.
LP Aquarela do Brasil
Continuando os lançamentos de sucesso, em oitenta e dois lançou “Minha Voz”, disco com inúmeros sucessos, dentre eles “Verbos do amor” e “Bloco do prazer”. Em mil novecentos e oitenta e três lançou “Baby Gal”, grande sucesso principalmente comercial, onde se originou o show do mesmo nome. Nesse mesmo ano Gal Costa integrou o time de cantores que saíram em apresentações para o espetáculo chamado “O Grande Circo Místico”, ele reuniu alguns artistas da música popular brasileira, onde misturou espetáculo teatral com música, sendo que cada cantor ficou a cargo de apresentar uma canção, em mais de duzentas apresentações pelo Brasil.
Mudança De Gravadora E Projetos
Durante todo esse tempo, desde o seu segundo disco, ela estava em contrato com a gravadora Phillips, em mil novecentos e oitenta e quatro ela mudou para a gravadora RCA. Foi por ela que lançou o disco “Profana”, outro grande sucesso da sua carreira, com músicas como ‘‘Vaca Profana”, “Atrás da Luminosidade”. Depois, lançou “Bem Bom”, que trouxe sucessos como “Um dia de domingo” que fez em dueto com Tim Maia e “Sorte”.
Gal Costa – Profana
No meio da década de oitenta, o Brasil se encontrava num período pós ditadura e também numa explosão do movimento feminista. Foi nessa época que criaram-se alguns movimentos sociais, como o movimento que começou nos Estados Unidos, em prol da África, e uniu diversos artistas de muitos países, o mesmo ocorrendo também no Brasil, onde Gal Costa foi uma das vozes que auxiliou nessa causa, cantando a música “We Are the World” . No mesmo ano participou do “Nordeste Já”, projeto criado para combater a seca do Nordeste brasileiro, a partir desse criou-se um compacto com as canções: “Seca d’Água” e “Chega de mágoa”. Ainda nesse ano posou nua para a revista Status. Seu último trabalho na década de oitenta foi “Lua de Mel Como o Diabo Gosta”, lançado em mil novecentos e oitenta e sete, que não foi muito bem recebido pela crítica apesar de conter alguns sucessos, no ano seguinte ela gravou apenas uma canção, “Brasil”, para abertura da novela “Vale Tudo” da Rede Globo.
Começou os anos noventa lançando “Plural” o disco que trouxe canções como “Alguém me disse” e “Nua ideia”. Em mil novecentos e noventa e dois lançou “Gal”, o repertório sendo baseado no show que ela fez chamado “Plural”. Em noventa e quatro voltou a se reunir com os Doces Bárbaros para um show comemorativo realizado na quadra da escola de samba da Mangueira, que estava comemorando dezoito anos do grupo. Nesse ano também lançou “O Sorriso do gato de Alice”, um disco seu que foi muito premiado, e que gerou um show do mesmo nome, onde ela apresentou uma das canções nua, com seus seios a mostra.
Seu próximo lançamento foi o disco “Mina d’água do meu canto”, com canções de Caetano Veloso e Chico Buarque. Em noventa e sete lançou o CD “Acústico MTV” que foi um grande sucesso em vendas, onde reunia diversos sucessos ao longo de sua carreira. Em noventa e oito apresentou “Aquele Frevo Axé”, e seu último lançamento da década de noventa foi “Gal Costa Canta Tom Jobim Ao Vivo”, um disco duplo que era de muito desejo de Tom Jobim.
Anos Dois Mil
Continuou em sua carreira de sucesso com o novo lançamento chamado “Gal de tantos amores”, lançado em dois mil e um. Nesse mesmo ano participou do show chamado “40 anos de Bossa Nova” que ocorreu em homenagem a Tom Jobim, e após sua apresentação foi incluído no Hall of Fame do Carnegie Hall, importante casa de shows de Nova York, sendo ela a única artista brasileira a ter seu retrato exposto no local.
Gal de Tantos Amores
O ano de dois mil trouxe “Bossa Tropical”, e em dois mil e três foi lançado “Todas as coisas e eu”, ambos contendo sucessos musicais. Em dois mil e cinco lançou por meio de outra gravadora, a Trama, o CD “Hoje”, um lançamento diferenciado onde ela buscou cantar músicas escritas por compositores pouco conhecidos. Em dois mil e seis se apresentou em outra casa de shows de Nova York, a Blue Note, onde gravou o CD “Gal Costa Live At The Blue Note”, que foi lançado primeiro no Japão e nos Estados unidos e somente no ano seguinte no Brasil. No mesmo ano lançou também “Gal Costa Ao Vivo”, tanto em CD como em DVD. Após esses trabalhos permaneceu por dois anos longe dos palcos para dar atenção aos cuidados do filho que ela adotou. Após esse tempo voltou apresentando-se com “Aquarela do Brasil”.
Em dois mil e dez recebeu a Ordem de Mérito Cultural, importante ordem honorífica dada a personalidades que contribuíram para a cultura do país. Em dois mil e onze lançou “Recanto”, em produção de Moreno e Caetano Veloso, o álbum possuía alguns arranjos eletrônicos, numa pegada diferenciada, sendo ele eleito o melhor álbum do ano.
O CD “Recanto” teve direção de Caetano Veloso, e se tornou também um show, que inclusive foi realizado na inauguração de uma importante casa de show do Rio de Janeiro. Nesse ano ela se apresentou com os novos sucessos, e também cantou canções antigas, saindo em apresentação por diversos países como Holanda, Portugal, Itália e Israel e Uruguai.
Recanto Gal
Ainda em dois mil e quatorze ela lançou o show “Espelho d’agua”, onde cantou antigas canções do seu extenso repertório. No mesmo ano também foi lançado um CD e um LP de um show que ela fez juntamente do Gil realizado em Londres em mil novecentos e setenta e um.
Em dois mil e quinze saiu em turnê com o show “Ela disse-me assim”, foi lançado também o disco “Estratosférica”, que comemora os seus cinquenta anos de carreira, nesse disco ela utilizou música de diversos compositores, como Artur Nogueira, Criollo, Céu, Malu Magalhães, além de Caetano Veloso, Milton Nascimento, João Donato, Tom Zé, Arnaldo Antunes, Guilherme Arantes e Marisa Monte. O disco foi completamente dirigido pelo jornalista Marcus Preto, que também lançou um documentário sobre ela.
Em dois mil e dezesseis se reuniu com outros cantores como Elba Ramalho, Zélia Duncan, Zeca Baleiro e Maria Gadú, que saíram em turnê pelo Prêmio da Música Brasileira, que ocorreu em homenagem à Gonzaguinha. Em dois mil e dezessete lançou um CD e um DVD que foi baseado nos shows feitos com as canções do “Estratosférica”. Ela também se apresentou em uma turnê chamada “Trinca de Ases” feitos junto de Nando Reis e Gilberto Gil. Em dois mil e dezoito lançou “A Pele do Futuro”.
Vida Pessoal
A vida Pessoal de Gal Costa não é muito exposta, dessa forma pouco se sabe sobre sua intimidade. Existem rumores que a cantora é lésbica, e há algum tempo uma cantora Marisa Lima revelou que já teve relações sexuais com a cantora. A cantora adotou o seu filho, Gabriel, quando ele tinha apenas dois anos.
Ela mantem uma relação de amizade com diversos cantores, como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia.
A geracao de cantores/a da epoca da Gal foi um enorme presente de Deus para os brasileiros. Que tenham muita saude e animo para ir ainda muito longe..