O mundo da música é bastante complexo, já que ela é uma cultura que engloba, praticamente, todas as nações do mundo. Qual país deixa de demonstrar um pouco de seu poderio cultural através da música? Certamente, nenhum.
Um dos polos musicais do planeta é os Estados Unidos, que, além de uma grande potência econômica e militar, tem também enorme influência sobre os gostos culturais não só do seu território, mas de todo o planeta em geral. Não é difícil, portanto, ver que vários países seguem as tendências estadunidenses na música, no vestuário, enfim.
O Brasil, por exemplo, é um país que, como os outros, também sofre grande influência estadunidense em sua cultura, o que pode ser comprovado com a presença de grandes marcas e dos costumes por aqui. No entanto, o Brasil possui ritmos próprios, que podem ter se derivado de outros movimentos estrangeiros, mas que ganharam o simbolismo do brasileiro e viraram um patrimônio nacional. Na música, por exemplo, destaca-se o samba, a Música Popular Brasileira, a Bossa Nova, e um ritmo que vem cada vez mais conquistando gerações, que é o Funk. E é justamente sobre esse ritmo que o tema do nosso artigo de hoje está ligado. Aqui, além de conferir um pouco mais sobre esse ritmo de música do Brasil, ainda vai conhecer um pouco mais sobre o MC Nandinho, cantor de funk que começou a pavimentar a sua estrada na fama. Vamos lá?
A Origem do Funk
O funk, cuja pronúncia é “fânc”, é um gênero musical que nasceu, justamente, nos Estados Unidos, pouco depois do início da década de 1960. Na verdade, a origem do funk está intimamente ligada com outros gêneros da música, como o jazz, o soul e o rhythm and blues, da onde o novo ritmo tirou um pouco de cada gênero, e incrementou em um que prevalecia um ápice dançante juntamente com uma música que embala e causa animação nos ouvintes.
Os músicos que iniciaram os passos do funk, majoritariamente, afro-americanos, denominavam como funk aquela música que possuía um ritmo mais suave e sereno que as demais. As músicas, portanto, possuíam leveza, lentidão, carregando um teor sexy, com destaque para as rimas repetidas e, principalmente, muito dançante. Quando estavam em composição, os músicos diziam, quando queriam colocar maior empolgação em uma música, que colocasse mais “funk” nas letras, pois o gênero funk remetia a um estado contagiante de dança e música. Um dos principais entusiastas do funk foi o cantor James Brown, notório cantor estadunidense de soul, rock, R&B, gospel e, obviamente, funk, que morreu em dezembro de 2006.
O significado da palavra funk em inglês, originalmente, remetia a algo que não cheirava bem, que possuía um odor muito forte. No entanto, os cantores de funk, segundo pesquisadores, deram um novo significado para a palavra: “odor corporal”, isso é, a música do funk propiciava que tanto os cantores quanto os receptores da música pudessem exprimir, por meio de seu corpo, as reações ao escutar cada parte da canção.
O Funk Brasileiro
O Brasil começou a tomar gosto pelo funk nos idos do final da década de 1970 e início da década de 1980, onde o país ainda vivia um sistema ditatorial militar, mas que se via desgastado e iria esfacelar-se em 1985. Os primeiros representantes desse estilo musical foram DJ’s e cantores como Tim Maia, sendo este um dos principais representantes.
Em 1970, o funk brasileiro começou de maneira tímida, com músicas remixadas por Dj’s que pegando influências do exterior, traziam as músicas e tocavam em grandes concertos, no Rio, realizados geralmente no Canecão. É importante salientar que o funk, nessa época, tinha influência bastante grande dos grupos afro-estadunidenses, sendo que era quase uma reprodução da cultura do funk proveniente dos EUA.
Em 1980 é que o funk inicia, ainda de maneira leve, a se tornar o que ele é hoje. Os famosos “bailes funk” começam a ser promovidos na cidade do Rio de Janeiro, onde reuniam desde pessoas de baixa renda a até figurões da alta sociedade carioca. Os novos ritmos também começaram a marcar a segunda década do funk no país, com letras que remetiam ao sensualismo e erotismo, o que começou a despertar, também, a atenção da ala conservadora no país.
Nos anos 1990 e 2000, o funk viveu uma verdadeira explosão, com o ritmo saindo do Rio de Janeiro para conquistar todo o país. Destacam-se nessa época o DJ Malboro, o Furacão 2000, entre outros nomes. Nos anos 2000, nomes como Perlla, Leozinho e Mr. Catra começam a dominar o cenário do funk carioca. No final da primeira década de 2000 e início da segunda, o funk passou a ostentar letras consideradas de baixo calão e de obscenidade, o que acarreta críticas para o funk hoje, sendo um dos gêneros musicais com maior rejeição por parte da sociedade.
MC Nandinho
Com o estouro do funk nos anos 2000, a partir de 2010, o ritmo se consagrou no território brasileiro, sempre lançando novos nomes do gênero. Um desses nomes surgidos com a nova onda do funk é o do MC Nandinho, que passou a fazer sucesso no ano de 2016 com a música “Malandramente”, que virou febre no país e conquistou muitos adeptos em pouco tempo.
O lançamento da música foi realizado por MC Nandinho em parceria com o também MC Nego Bam, ambos do Rio de Janeiro, e já contam com mais de 60 milhões de visualizações do clipe da música no you tube. Tamanha foi a repercussão da composição que vários comunicadores consagrados da televisão brasileira, como Xuxa e Luciano Huck viraram seus olhos para os dois cantores.
Segundo Nandinho, a letra de “Malandramente” foi escrita enquanto este estava sentado assistindo televisão. No entanto, o músico não apostava em um sucesso tão estrondoso como a música alçou atualmente. Ele disse que, além de projetá-lo para a fama, o sucesso da música possibilitou ajudar vários amigos que se encontravam em situação financeira ruim. Os empresários Dennis e Napô, ambos DJ’s, foram os responsáveis por dar o empurrão necessário para que a música conseguisse alçar o sucesso. Antes de conhecer a fama, MC Nandinho trabalhava como catador de lixo reciclável e engraxate; já Nego Bam ganhava a vida instalando gesso nas residências. Bem, hoje, o plano de ambos é expandir a carreira lançando outras músicas embaladas no sucesso de “Malandramente”.