Um dos grandes artistas brasileiros do século passado, que além de suas obras na música, também era arquiteto e escritor, Billy Blanco faleceu nessa quinta-feira, dia 8 de julho, aos 87 anos. Para os brasileiros, deixa uma grande herança cultural, principalmente para os apaixonados por MPB e Bossa Nova. A família do músico ainda não divulgou mais informações de onde será o velório, mas acredita-se que ocorra na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Em seguida, segundo informações de seu filho Paulo, o corpo seguirá para a cremação amanhã, dia 9 de julho.
Billy Blanco
Ele estava internado no Hospital Pan-americano, localizado no Rio de Janeiro, devido a um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico sofrido em outubro do ano passado. Os médicos, após diagnosticarem o problema de Blanco, acharam melhor mandá-lo direto para a CTI e depois sedá-lo, uma vez que já estava e idade avançada e o seu caso foi considerado grave. Ele ficou durante todo esse tempo aos cuidados dos médicos, que nada podiam fazer para saber a noção real da gravidade de seu AVC.
Biografia
Billy Blanco nasceu em Belém do Pará no dia 8 de maio de 1924. Ele começou a se interessar por música desde quando era criança. Nessa época, já começou a escrever seus sambas. Entretanto, suas composições tinham assuntos e letras mais elaboradas para a época. Após se formar em arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Belas Artes em 1950, o agora arquiteto começou a focar em suas músicas.
Cantor Billy Blanco
Com um estilo único, utilizando de sua excelente capacidade de observação e um humor refinado, Blanco começou a chamar a atenção dos músicos da época, pois fugia e muito da tendência existente no estilo. Em 1951, ele lança sua primeira canção, chamada Pra Variar. A partir desse momento, suas composições fazem um enorme sucesso, sendo sucesso na voz de diversos cantores, como Dick Farney, Lúcio Alves, João Gilberto, Dolores Duran, Sílvio Caldas, Nora Ney, Jamelão, Elizeth Cardoso, Dóris Monteiro, Os Cariocas, Pery Ribeiro, Miltinho e Elis Regina.
A sua música que mais fez sucesso foi Estatutos da Gafieira, interpretada por Inesita Barroso, em 1954. A partir daí, suas parcerias com músicos famosos que na época começavam a ganhar destaque na Bossa Nova elevaram o nome de Billy Blanco como um dos principais músicos do país. Além da parceria com Baden Powell na música Samba Triste, ele também era muito amigo de Tom Jobim e de João Gilberto, o principal nome desse estilo musical da época.
Billy Blanco em Show
Antes de sofrer o AVC, Blanco começou a se dedicar para música gospel, fazendo diversos shows e compondo músicas. No entanto, sempre será lembrado pelo seu disco, chamado Sinfonia Paulistana, no qual suas composições foram cantadas por vários artistas da música brasileira. Suas principais canções são: Tereza na praia, Mocinho bonito, Viva meu samba, Sinfonia paulistana e O Tempo e a Hora.
